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Sentar no chão com um caderno à mão me lembra um tempo em que escrevia à minha amiga imaginária.
Aquele ser que entendia tudo de mim, que era capaz de antever a próxima palavra, de acolher os sentimentos que me torturavam ou que me traziam uma alegria indescritível.
Momentos que não poderia compartilhar com mais ninguém a não ser ele. 
A vida foi tomando seu rumo, as palavras outro formato, e o diário acabou se transformando em contos ficcionais.
Não mais escrever sentada no chão, a caligrafia foi substituída pelo teclado, e as palavras, ontem cuspidas desordenadamente sem censura, sem pudor, doa a quem doer, foram se transformando em subtexto.
Esse blog tem um pouco do espírito daquele diário maluco, talvez no humor ou irreverência.
Mas algum dia ainda volto a ele, pois depois dos setenta todos os desvarios são perdoados.

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