Não há quem não tenha visto, ou ouvido falar a palavra Metaverso. Artigos, posts, Lives, Podcasts, produções acadêmicas, livros e outras publicações estão cada vez mais tratando desse tema. A verdade é que cerca de cinco milhões de brasileiros que usam a internet já transitam por alguma versão do Metaverso (dados Kantar/Ibope Media). Seu potencial de crescimento faz brilhar os olhos de quem pretende se integrar e, de alguma forma, tirar partido dessa tendência.
Os outros milhões de brasileiros que não entraram nessa nova onda (e me incluo nessa maioria), porém, podem até não reconhecer, mas têm pavor da pergunta: você sabe o que é Metaverso?
O termo não é novo. Surgiu há dez anos com a obra de Neal Stephenson chamada "Snow Crash", que sincroniza realidade e ficção através de um jogo, em que um entregador de pizza na vida real é um samurai no universo virtual, chamado "metaverso". O livro de ficção cientifica foi o ponto de partida para o surgimento de diversos jogos como Second Life, Roblox, Fortnite e Minecraft, onde jogadores podem criar vidas paralelas em um ambiente virtual.
Basicamente, pode ser entendido como uma vivência em um espaço virtual, mas com influências da vida real nesse universo. Palavras interessantes, mas como isso se dá na prática, qual o uso do metaverso não em jogos virtuais, mas no dia a dia das pessoas e corporações?
Soluções de tecnologia, como realidade virtual e simuladores em 3D são exemplos mais simples de sua aplicação. Quando essas soluções tecnológicas são aplicadas em cirurgias à distância, cursos em que os alunos não precisam de corpos reais para aprendizado, roupas que podem avaliar situações corporais como a temperatura e nível de transpiração, e assim por diante, estamos no ambiente do metaverso. Empresas de tecnologia, por exemplo, já estão criando plataformas que permitem a realização de reuniões com hologramas e o uso de avatares 3D para reuniões online.
Isso sem falar nos jogos, com a possibilidade de comprar e vender criptomoedas para, por exemplo, fazer investimentos imobiliários dentro do mundo virtual. Para se ter uma ideia de valores, em uma reportagem publicada na UOL um terreno virtual de 566 metros quadrados de um game foi vendido por US$ 2,4 milhões em criptomoedas
Essa possibilidade de mixar o mundo virtual e o real, porém, pode se tornar um espaço de projeções pouco saudável. Um dos apelos desse conceito é justamente ser um ambiente onde o usuário pode criar seu próprio avatar 3D, seja representando a si mesmo ou criando um personagem fictício -- o que pode fazer com que pessoas usem o ambiente para projetar uma "vida perfeita" impactando diretamente no seu equilíbrio psicológico Nada muito diferente do que existe hoje em dia nas redes sociais, mas com uma tecnologia tão avançada, que esses usuários já não conseguiriam distinguir quem são e quem é o seu avatar.
Agora... você já ouviu falar de NFT dentro do Metaverso? A sigla significa Tokens Não Fungíveis. Socorro! Essa MetaComversa fica para um próximo post...
Atravessamos um portal que não sabemos onde conduz. A Humanidade ainda não resolveu os desafios mais primários como fome, destruição ambiental, justiça. Parece-me um portal de fuga. Parabéns por trazer com inteligência esse tema. GP