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Rir para não chorar

A cada dia que passa crescem teses absurdas, desprovidas de qualquer sentido lógico ou científico em relação aos fenômenos a que se referem, e que passam a fazer parte do anedotário coletivo. Isso sempre existiu, mas a Pandemia deu margem à ampliação desse repertório, do qual transcrevo apenas três exemplos:

“Estourar plástico bolha poderia espalhar a Covid-19, se a produção do material for feita por pessoas supostamente contaminadas.”


“Utilizar o secador de cabelos contra o nariz por pelo menos cinco vezes ao dia mata o Covid-19.” “Consumidores de carne bovina seriam imunes ao novo coronavírus. O vírus se espalhou com rapidez pela China justamente pelo baixo consumo de carne entre a população.”


“A praia de Copacabana se transformou em cemitério para as vítimas de Covid-19.”


Apoiadas na criatividade e capilaridade das Fake News, porém, não somente esses absurdos costumam viralizar, mas outras teses não tão hilárias especialmente em relação ao Coronavirus viram dogmas, verdades absolutas que vão ganhando adeptos entre os mais diversos segmentos da nossa sociedade. Teses como:


A minha única certeza é que eu vou morrer e que a Terra é plana”


“SARS-CoVID-19 é uma construção de laboratório ou um vírus manipulado propositalmente como parte do plano de recuperação econômica do governo chinês.”


“Isolamento social deixa as pessoas mais suscetíveis ao coronavírus.”


“O uso de máscaras é ineficaz para combater a proliferação do vírus Covid-19”


“Se as mulheres soubessem se comportar não haveria estupro.”


Para meu espanto, venho constatando que teorias como essas conseguem eco entre pessoas das mais diversas camadas sociais, faixas etárias, crenças religiosas e, por incrível que pareça, entre pessoas de bom nível intelectual. Como explicar essa miopia ou melhor, essa cegueira?


Como entender que, diante dessa coletânea de notícias cavilosas, ainda exista alguém que não levante uma voz de protesto contra a fonte de onde partem ou contra quem as avaliza, preferindo se se calar?

Só mesmo parafreaseando o mestre Cartola

Deixe-me ir Preciso andar Vou por aí a procurar Rir pra não chorar

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